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Cresce a criminalidade em municípios da RMC


Vista aérea do município de Morungaba – Foto: Divulgação/PMM

Ao mesmo tempo em que Campinas teve quedas drásticas nos furtos e roubos de veículos, além de roubos em geral, na comparação das estatísticas de 2001 com 2014, a maioria das cidades da região, incluindo vizinhas a elas, apresentou alta nesses crimes. Na opinião de autoridades e um especialista houve uma migração da criminalidade para cidades vizinhas com o passar do tempo. O uso do videomonitoramento em Campinas, que foi ampliado neste ano, e sobretudo a chegada de uma unidade do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), são apontados como medidas que fizeram os criminosos mudarem os locais de atuação.
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As estatísticas disponíveis no site da SSP (Secretaria de Segurança Pública) apontam que Campinas teve, por exemplo, queda de 17,6% no índice de roubos enquanto a vizinha Vinhedo teve alta de 71,26% do mesmo crime. Em Paulínia, outra vizinha, a alta foi de 76,23% e em Itatiba de 110%. Treze municípios da RMC tiveram alta nesses itens.

Em relação aos casos furto e roubo de veículos, a queda em Campinas foi ainda mais acentuada (43%), enquanto o crime aumentou em mais 13 cidades. Em algumas o índice mais que dobrou.
Nas cidades de pequeno porte, como Morungaba, o crime vem aumentando e tirando o sossego da população. Para o membro do Conselho de Segurança e ex-presidente do órgão regional, Sócrates Penteado de Camargo, a migração é natural quando se trata de criminalidade. “Campinas nesse tempo (de 2001 para cá) ganhou o Baep, houve o sistema de monitoramento, o que afugenta criminosos. Bandido é bandido. Ele não vai se corrigir porque as coisas estão difíceis. O crime não acaba, migra”, disse.

Opinião similar tem o delegado de Morungaba Wesley Wagner Gocking. Ele disse não estar autorizado a comentar assuntos isolados sobre o município, mas explicou sobre a mudança de ações. “Existe um fenômeno em que o criminoso migra para lugares mais fáceis. Isso é uma constante sempre, é universal”, afirmou.

Comandante da PM diz perceber a migração

O tenente-coronel Marcelo Oliveira, comandante da PM na região de Americana, disse perceber no dia a dia do comando o número de criminosos de Campinas em cidades vizinhas.
“Roubo e furto de veículos e roubo o pessoal tem feito uma migração. A gente nota nos flagrantes realizados, muitos são de Campinas e até da Grande São Paulo”, disse.

Segundo Oliveira, os criminosos “acabaram descobrindo o interior” em função de medidas adotadas nas grandes cidades para difultar os crimes. Ele disse que os roubos a bancos de cidades pequenas são o maior exemplo do “descobrimento”.

Em função de muitos municípios menores terem sistemas de segurança mais frágeis, proporcionais à população, acabam visados para esse tipo de ação.
“Nós temos ficado atentos, temos deslocado equipes para Cosmópolis, Artur Nogueira e Engenheiro Coelho sempre, para evitar essas ações”, explicou o tenente-coronel.

Casos se acumulam

Desde agosto, a aparente tranquilidade de Elias Fausto foi abalada com ao menos três crimes de grande repercussão. A cidade sofreu com dois furtos a caixa eletrônico, um roubo a banco e, na semana passada, e o assassinato do prefeito Laércio Betarelli (PSDB) em plena luz do dia, quando visitava uma obra municipal. Daquele mês para cá, cidades pequenas como Nova Odessa e Santo Antônio de Posse tiveram bancos por grupos armados.

Em Morungaba, uma das menores da região, o sossego já não é tão exaltado por moradores. A dona de casa Lucimara Bertolini, 50, enumera a série de crimes de que teve notícias. “Mês passado eu soube de assalto a residência, a um sítio e uma pousada. Antes eu sentava na porta de casa, mas fico com medo para não ficar visada. É muito chato”, disse. Segundo ela ano a ano tem percebido casos mais altos. Lucimara disse acreditar que os criminosos são de fora. “Muitos roubos são com a cara limpa, se fosse daqui eles se protegeriam”, disse.

O aposentado Carlos Alberto, 69, mudou-se de Campinas para Morungaba há 14 anos em busca de tranquilidade e disse ter encontrado, mas faz ressalvas. “Os bandidos foram para as outras cidades, pois a repreensão foi forte em Campinas”, avaliou.

Com informações do Jornal Tododia



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