Saúde informará moradores de Barão Geraldo contra a febre maculosa
A Praça Salvador Leite de Campos fica no Parque das Universidades e é contornada pelas Ruas Agostinho Zechin, Emílio Venturini e Luiza de Mello Bueno.
A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Norte, promoverá nesta sexta-feira, dia 25 de setembro, uma ação de educação em saúde, informação e mobilização social sobre febre maculosa no bairro Parque das Universidade, no distrito de Barão Geraldo. A atividade será desenvolvida no local a partir da confirmação de um caso de óbito, pela doença, de um morador do bairro, em julho deste ano.
Sigam Portal MP no Twitter: @MPauliniaNa ação desta sexta, 30 técnicos da Vigilância em Saúde e Agentes Comunitários do Centro de Saúde Barão Geraldo, referência da área, percorrerão imóveis de 25 quarteirões do bairro. Os agentes atuarão no entorno do local provável de infecção deste paciente, a praça Salvador Leite de Campos.
Os técnicos fornecerão informações sobre a doença e as formas de evitá-la. Os moradores receberão folhetos com orientações sobre a necessidade de evitar o contato com a vegetação em locais com presença de cavalos e capivaras; medidas que devem ser adotadas no caso de parasitismo por carrapato estrela (Amblyomma cajennense), principal transmissor da doença para o homem; sintomas da febre maculosa, entre outras orientações.
Os técnicos também realizarão uma pesquisa de infestação de carrapatos em animais domésticos. A preocupação é que eles podem também se tornar hospedeiros do carrapato estrela e, portanto, transmitir a doença aos humanos. “O cão pode ter dois tipos de carrapato, o estrela, que transmite a maculosa, e o carrapato do cachorro (Rhipicephalus sanguineus), que não transmite a doença. Foi realizada pesquisa acarológica nesta praça que evidenciou a presença do carrapato estrela, vetor da doença. Foram colocadas placas de alerta no local e a área deve ser evitada”, explica o médico veterinário da Visa, Felipe Vita Pedrosa.
De acordo com Pedrosa, a ação de informação é de extrema importância. “A capivara, principal hospedeiro do carrapato estrela, transmissor da febre maculosa, é um animal silvestre e de vida livre. O mais importante é que as pessoas evitem essas áreas de infestação/transmissão da doença e, caso tenham contato com o carrapato, fiquem alertas e inspecionem o corpo a cada duas horas. É importante retirar o carrapato da forma correta em até seis horas”, explica.
Sintomas
Segundo o médico infectologista Rodrigo Angerami, do Departamento de Vigilância em Saúde Municipal (Devisa), a região de Campinas é endêmica para a febre maculosa, doença que tem maior incidência nos meses mais secos. “Os sintomas iniciais podem incluir febre, dor de cabeça, dor muscular, náusea e vômitos. A apresentação clínica inicial é frequentemente inespecífica e pode assemelhar-se a muitas outras doenças. Portanto, é muito importante que o paciente informe o contato em área com possível infestação por carrapatos para que o médico possa pensar em febre maculosa brasileira”, explica Angerami.No caso de sintomas, após exposição a carrapatos, o indivíduo deve procurar o mais rápido possível o serviço de saúde e informar que houve exposição. Os sinais iniciais são febre, dor de cabeça e dor no corpo e manchas avermelhadas na pele.
Para os profissionais de saúde, a orientação é que todos estejam atentos aos sintomas, para diagnóstico e tratamento precoces, bem como para suspeição do agravo em pacientes que tenham histórico de frequentar áreas verdes/contato com capivaras e carrapatos, que tem maior incidência nesta época do ano.
Números
Em 2015, Campinas registrou, até o momento, cinco casos de febre maculosa, com três óbitos. Em 2014, foram confirmados sete casos, com cinco óbitos.Em 2013, foram confirmados seis casos de febre maculosa, com três óbitos. Em 2012, foram seis casos, com três óbitos.
Orientações para remover o carrapato
Com o auxílio de pinças, segurar o carrapato pela extremidade em que ele se fixa na pele e fazer movimento lento, mas firme, para retirá-lo. É importante evitar segurá-lo pelo meio do corpo.Na ausência de pinças, isso pode ser feito com as mãos protegidas por luvas ou mesmo papel higiênico. Evitar fazê-lo com as mãos desprotegidas, mas caso não haja outra opção, é melhor retirá-lo mais rapidamente do que aguardar as condições ideais.
Após ter removido o carrapato, desinfete o local da picada e lave as mãos com sabão e água. Não espremer, nem esmagar o carrapato, porque seus líquidos podem conter bactéria (Ricketsia rickettsii). A pele exposta acidentalmente aos líquidos do carrapato pode ser desinfetada com álcool ou com lavagem com água e sabão.
Em casos de infestação intensa, principalmente pelas larvas (micuim), que são dificilmente visíveis, o uso de sabonete à base de deltametrina pode ser mais eficaz do que a retirada manual um a um. Nunca queimar com fósforo ou por gelo ou outras alternativas, elas podem, na verdade, estimular a liberação de líquidos contaminados (linfa) pelos carrapatos.
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