Competição x Comunhão
A III Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Paulínia realizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência - CMDPD – é um evento que acontece para incluir e falar sobre inclusão. No dia 21 de setembro foi realizado um evento com palestras que nem sequer possuíam intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), excluindo o mudo e surdo de compreender o conteúdo da palestra, obrigando-os a fazerem leitura labial. Uma conferência realizada sem o mínimo de empatia em relação às pessoas com mobilidade física reduzida, desconsiderando e desprezando a logística destas pessoas ate o evento.
Sigam Portal MP no Twitter: @MPauliniaSe houvesse interesse em incluir e promover a participação das Pessoas com Deficiência deste município na conferência, teriam disponibilizado um transporte adaptado e acessível para transportar a todos na ida e na volta do evento, favorecendo aqueles que não conseguem pegar ônibus sem acompanhante e que não possuem carro. Este problema ocorre todo ano, principalmente por existir uma competição partidária e política em cima do Conselho. Ao invés de promoverem a inclusão incentivando a participação de todos, os conselheiros e representantes excluem e criam barreiras na participação pública e coletiva. Alimentando um tratamento desigual entre os convidados e promovendo partidos político.
Um evento que acontece graças ao investimento econômico e financeiro da Prefeitura e que não oferece atrativo e condições de acesso para todos participarem, quando não contratam palhaços para preencher o quadro de atividades da Semana de Luta da Pessoa com Deficiência, retratando a banalidade por parte dos secretários e representantes da sociedade civil em tratar o assunto. Por mais que a boa intenção de cada um de nós em participar do evento e do conselho seja verdadeira, existe uma rixa interna no CMDPD onde a competição pela representação e ganância por interesses de alguns é um incômodo para a participação dos convidados.
De tanto que brigam para representar o povo, eles excluem o próprio povo. Acham-se donos de todo o território, definindo e excluindo quem deve participar ou não. Por isso não vejo o evento ser um sucesso com uma participação da maioria, não vejo os deficientes tendo acesso a esta conferência. Na minha opinião eu não acho certo coagir a participação das Pcd do município ao evento sem considerar as dificuldades de locomoção e a mobilidade urbana precária e sucateada da cidade. Colocando em risco as pessoas de chegarem ao evento, e quando chegam lá, ainda são recebidas com má vontade por parte dos conselheiros e secretários.
Amigo leitor, você acha que o CMDPD deseja ver os deficientes participando e opinando nas questões do governo referente a acesso e inclusão?
A participação política da Pcd deve acontecer em harmonia e congruência com a realidade de todos e deve acolher e incentivar a presença real destas pessoas, e não rebaixá-las dizendo que ela não quer participar da conferência e argumentar que a ausência destas pessoas justifica a problemática da inclusão. Se a Conferência não está tendo público é porque existe um monopólio e uma má vontade que repele a todos de comparecerem por lá.
Percebo que os vereadores deste município também não se importam com a mobilidade de ninguém, já que até mesmo na Câmara Municipal desta cidade não existem linhas de ônibus adaptado e acessível para cadeira de rodas, e até mesmo o elevador da casa de leis está quebrado e sem manutenção, e já faz tempo, gerando barreiras no acesso e no diálogo das Pcd junto com o poder legislativo.
Desejo que este quadro mude e se renove com mais oportunidades a todos.
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